Uma publicação encontrada na biblioteca digital da fundação SEADE do Estado de São Paulo sob o título “A Estatística Policial Criminal do Estado (1940)” é um documento de 558 páginas que descreve a importância de coletar dados para um propósito.
Logo na “Introdução” existe a afirmação que:
“...partindo do princípio de que exatidão não há, nem pode haver, uma estatística útil, acabamos de vencer mais um ano de afanosa atividade, durante o qual pudemos proceder ao levantamento policial-criminal de 1939 com o rigor indispensável para a apresentação de um resultado de acordo com a realidade dos fatos.”
mais adiante:
“... e, para tal fim, o Serviço de Estatística Policial do Gabinete de Investigações se propôs, desde a sua instituição, conseguir o máximo de eficiência, aperfeiçoando, cada vez mais, a rede de coleta de dados estatísticos, a qual, numa repartição técnico-cientifica dessa espécie, precisa e deve funcionar escrupulosamente, para que as apurações não revelem apenas a metade ou menos ainda dos fatos realmente verificados”
E, em uma reflexão de autocrítica, aponta a forte necessidade de evolução do projeto ao reconhecer:
“era intenção nossa efetuar, já em 1940, a estatística da reincidência e reinterância, facilitando, em consequência, o estudo da criminalidade no Estado e aumentando o valor das medidas decorrentes. Faltam-nos, porém, meios para a execução de um trabalho tão árduo e complexo como esse.”
A imagem a seguir diz muito sobre o contexto.
Assim, podemos dizer que mesmo embora a tarefa de coletar dados seja árdua, reuni-los em torno de um "propósito" se torna algo mais desafiador, uma vez que os dados por si só nada "informam". Dar um sentido aos dados, e coloca-los em contextos específicos de análise, requer uma outra camada de rigor e atenção, pois dependendo das escolhas feitas, diferentes descobertas e caminhos são encontrados, podendo levar a ganhos e insights poderosos, ou à labirintos de pouca utilidade.
Por tal motivo, podemos considerar 3 questões-chave nos quais as soluções podem ser endereçadas:
Como capturar e organizar dados com eficiência, principalmente os chamados não estruturados, que correspondem quase 90% dos dados diários das organizações?
Como algoritmos podem ajudar na criação de um storytelling analítico que endereçam questões de negócios recorrentes e comuns nas organizações?
Como preparar a tecnologia para que ela posso oferecer uma experiência simples e fácil, ao mesmo tempo que gerar "espaços" para evolução contínua?
A nossa longa experiência com diversos clientes e muitos contextos distintos de negócio, nos permitiu criar toda uma metodologia interna que nos possibilita lidar com a complexidade de obter os dados, para então inseri-los em processos eficientes de geração de análise e produção de narrativas, que de maneira contínua, auxiliam os profissionais nas organizações a potencializar ganhos e descobertas. Desafios novos sempre irão surgir, mas a cultura de colocar os dados sob a perspectiva de um propósito maior deve ser constante.
Imagem do Acervo SEADE SP – obtida em 22 de maio de 2022.
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